quinta-feira, 3 de maio de 2018

Primeiras vezes



Esta pergunta pertinente passou a me acompanhar nesse ano de 2018. Você já parou para pensar a respeito? Com o passar do tempo, as coisas perdem a característica de novidade ou ineditismo. Tudo passa a ser um processo quase involuntário ou mecânico.

Quando se é jovem vive-se um mundo de descobertas. Diariamente somos surpreendidos subitamente por "primeiras vezes". Porém, esse friozinho na barriga, vai cedendo espaço, gradualmente, ao comodismo. O que antes provocava náuseas e borboletas no estômago, agora é executado, praticamente, de olhos vendados.

Você lembra a primeira vez que dirigiu um carro sozinha? A primeira vez que viajou para um lugar distante? A primeira vez que começou a trabalhar? Recorda-se do seu primeiro dia na Universidade? Do primeiro beijo?

O medo de arriscar e sair fora da zona de conforto, por vezes, nos impede de sentir essa adrenalina que só algo totalmente novo nos proporciona. Optamos pela rotina, justamente, por temer o desconhecido. Voluntariamente ou não, quando somos desafiados a fazer algo pela primeira vez, lembramos da antiga sensação de insegurança. Mas, não uma insegurança no sentido negativo e, sim, aquela insegurança saudável de não saber o que encontrar.




Decidi que 2018 seria o ano das minhas "primeiras vezes", coisas que adiei há anos, passaram a ser prioridade. E se você acha que aos 27 anos não tenho tantas novidades para viver, digo que se enganou profundamente. Independentemente da idade, sempre há algo diferente, fora do usual para experimentar. Afinal de contas, o mundo está sempre se modificando. Nada é estático ou permanente. Transformações acontecem diariamente. 

Então, questione-se: por que não sentir aquela adrenalina do novo? Por que não sentir aquele prazer que somente as primeiras vezes proporcionam? Posso afirmar enfaticamente, mudar o sentido de sua vida, embora cause tensão, lhe oferecerá uma sensação gratificante de vitória. 

Comece pelas coisas pequenas, entre naquela loja que você sempre evitou, converse com aquela pessoa que nunca mereceu sua atenção, mude a rota diária, permita-se sair sozinha, viaje para um local que jamais esteve em seus planos, aceite aquele convite que você vive negando, não espere que o outro faça, tome a iniciativa, dessa vez, faça você mesmo. Não seja dependente, seja livre.

Tenho absoluta certeza que você vai se surpreender consigo mesmo. Vai perceber o quanto é capaz. Sentirá aquela adrenalina da juventude. Lembrará do sentimento inevitável de náuseas e borboletas no estômago que somente as primeiras vezes são capazes de provocar em nosso corpo.

Pare de se importar com o julgamento alheio, preocupe-se com a sua essência, descubra seus limites. Em 2018, pela primeira vez, fui ao cinema sozinha. Pode parecer idiota, eu sei, porém esse ato libertador fez eu me sentir viva, independente. Admito que cogitei desistir, senti uma insegurança gigantesca. Mas, arrisquei e a sensação foi maravilhosa. Em 27 anos, nunca tinha ido ao cinema sem acompanhantes. No entanto, daqui para frente essa atitude pode se tornar um hábito.

Por isso, viva mais "primeiras vezes". Permita-se. Insista. Não desista. Descubra-se. Encare o novo. Comece. Recomece. Tenha uma vida repleta de inícios.


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