O barulho da porta fechando a
assustou. Rapidamente procurou os óculos e levantou-se. Percebeu que tinha
adormecido no sofá da sala. Essa rotina tornou-se comum, após Paulinho, seu único
filho, começar a sair à noite. A aflição era a mesma todos os finais de semana,
e às vezes, até mesmo, nos dias de semana.
O coração de mãe parecia ir junto com o filho. Será que ele está bem? Alguém lhe fez mal? Está agasalhado? Bebeu muito? Envolveu-se em tumultos e confusões? Está triste ou aborrecido? Precisa de ajuda?
O coração de mãe parecia ir junto com o filho. Será que ele está bem? Alguém lhe fez mal? Está agasalhado? Bebeu muito? Envolveu-se em tumultos e confusões? Está triste ou aborrecido? Precisa de ajuda?
Seu marido era mais desligado.
Conseguia dormir a noite inteira, mesmo sabendo que Paulinho estava fora de
casa. Ela não. Só respirava aliviada quando ouvia o tímido som dos passos do
filho retornando. Flávio lhe dizia que Paulo havia crescido. Já era homem e sabia
se cuidar. Mas a intuição de mãe afirmava exatamente o contrário. Não importa a
idade, ele sempre será o filhinho amado. Enquanto estiver viva irá protegê-lo.
Ficava triste, quando o filho a
ignorava na frente dos “amiguinhos”. Mas entendia, afinal, ele estava
crescendo. Estranhava a sensação do desapego. Recordava-se com carinho do dia em
que descobriu a gravidez. Parece que foi ontem, suspirou. Marina era uma menina
que se obrigou a crescer. Assumiu os riscos e desafios da “nova” vida.
Abandonou sonhos, festas e amizades para dedicar-se a um ser que nem sequer
conhecia, mas que já amava intensamente.
Paulinho sempre foi um bom filho.
Educado, inteligente e sensível. Novidade. Por mais defeitos que ele tivesse, ela
cegava-se a todos. Certo dia, arrumando a casa, encontrou uma caixinha com os
trabalhos escolares do menino. Em um deles, um desenho com traços irregulares
formavam uma mulher de cabelos curtos e loiros. No rodapé da página uma mensagem
escrita pelo filho. Marina você é a melhor mãe do mundo. Te amo. Uma lágrima
escorreu pelo rosto borrando a maquiagem preta. O tempo passa muito rápido. Que
saudade!
Paulo está hoje com 23 anos,
namora uma menina muito querida e simpática. Juntos fazem planos para o futuro. Marina afastou-se um pouco do filho. Deixou-o
conquistar a própria independência. Difícil tarefa esta. Mas no fundo, sabe que
nada mudou. Preocupa-se com o filho, da mesma forma, que se preocupava quando
ele era um menininho de seis anos ou quando era um jovem baladeiro. Importa-se
com suas decisões e alegra-se com suas conquistas. Deseja-lhe toda a felicidade
possível no mundo. Cuida de sua saúde e alimentação.
Para Marina, não importa a idade
ou à distância. Mãe e filho possuem uma ligação inexplicável. Diverte-se quando
Paulo afirma que ela o conhece melhor que ele mesmo. Por mais louco que isso possa
parecer, é verdade. Um olhar e ela já faz um raios-X completo da situação. Melhor
do que qualquer médico, acreditem.
Marina demorou a compreender, que
nem mesmo o tempo poderá destruir essa relação entre mãe e filho. Paulo poderá
conhecer pessoas novas e diferentes, poderá mudar de estilo e atitude, poderá
morar em outra cidade, casar, ter filhos, possuir sua própria família. Porém,
nada e nem ninguém apagarão essa história do mais puro e verdadeiro amor. Amor
de mãe e filho, filho e mãe.
Parabéns, àquelas mulheres que se dedicam
de corpo e alma a vida dos filhos. Compartilham alegrias e tristezas. Triplicam
de tamanho, quando precisam defender suas crias. Conhecem os filhos melhor do
que a si próprias. Nossas heroínas da vida real.
Feliz dia das Mães, em especial a minha mãe preferida, Rosmarina
Litivin.
O que eu sinto por ti não cabe em palavras. Te amo hoje e sempre.
Obrigada por tudo que tu faz por mim. Dedico esse texto a ti, minha incentivadora,
amiga, companheira e confidente.
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