Tic Tac...

Você já parou para pensar como o tempo age de uma forma diferente em cada pessoa? A idade, nesse caso, é o que menos importa. Enquanto alguns com 20 anos já estão com emprego estável, filhos e casa própria, outros, porém, não fazem ideia do caminho que desejam trilhar.

Há pessoas que, apesar da pouca idade, já falam com segurança sobre o seu futuro. Enquanto outras, mal conseguem vislumbrar o presente.

Durante muito tempo me senti mal por estar em outro ritmo. Enquanto alguns estavam planejando festas de casamento, eu apenas planejava a próxima viagem. Enquanto alguns moravam sozinhos, lá estava eu no meu quarto repleto de ursinhos de pelúcia. Enquanto algumas amigas estavam cuidando dos filhos, eu estava me arrumando para treinar na academia. Enquanto jovens de 30 anos já são juízes renomados, eu não tenho certeza nem da área em que eu gostaria de atuar.

Apesar do avanço da idade, internamente, era como se eu continuasse aquela adolescente do início dos anos 2000. Estava mais madura e responsável, sem dúvida. No entanto, tinha tantas dúvidas e tantos sonhos ainda sem respostas ou concretizações.

 Por conta dessa pressão da sociedade, passei bons momentos achando que eu fosse uma fracassada. Pensei que o problema fosse comigo. Enquanto todos estavam evoluindo, sentia-me estagnada. Nada acontecia. Parecia que eu havia parado no tempo.

Muitos acreditam que aos 30 anos é preciso estar em um bom emprego, ganhar dinheiro, morar sozinho, ter pelo menos dois filhos, estar com o corpo em dia. São tantas exigências que você sofre quanto não consegue alcançá-las.

Hoje, digo que as incertezas continuam. Ainda moro com os meus pais, os bichos de pelúcia continuam na estante. Não tenho um emprego com carteira assinada, muito menos me imagino tendo filhos. Mas, será que isso é tão condenável assim? Será que é motivo para me envergonhar?

Se tem uma coisa que eu aprendi, é que ninguém é igual. Cada pessoa reage no seu próprio tempo. Algumas começam a universidade aos 17, enquanto outras aos 50. E tudo bem. Não há mal nenhum. Você não pode ficar se cobrando tanto.

Sinta orgulho dos seus avanços, dos pequenos crescimentos, sejam eles, materiais ou pessoais. Não existe hora certa para nada. Você é responsável por controlar o seu próprio tempo.  Não julgue e não permita julgamentos consigo. Não se compare a ninguém.

Acima de tudo, não deixe que falsos padrões da sociedade o desanime, ou o faça desistir dos seus objetivos. Viva na sua velocidade, seja ela qual for.