Nessa fase da vida, precisamos escrever nossa própria história ou, pelo menos, começar a escrevê-la. As responsabilidades, que antes eram poucas, agora se tornam fundamentais.
Ao
olhar para trás sinto orgulho das escolhas que fiz, mas admito que em alguns aspectos
poderia ter agido diferente ou tomado outras decisões. De qualquer forma, dizem
que os erros servem para nos fortalecer e, sinceramente, prefiro acreditar
nisso. Conforta-me saber que ainda tenho tempo de mudar, trocar de opinião,
aprender coisas novas.
Desde pequena sempre gostei muito do
mundo artístico. Sonhava secretamente em ser uma cantora famosa ou quem sabe
apresentar um programa de entretenimento. Minhas brincadeiras preferidas
giravam em torno desse meu mundo particular. Confeccionava meu próprio
microfone com folhas de ofício e rolos de papel toalha. Na falta de um, pegava
uma colher da cozinha. Por vezes, pintava a bandeja de carne para segurá-la
enquanto fingia entrevistar celebridades. Em datas comemorativas, produzia
vídeos para homenagear minha família. Era tudo tão simples, mas continha muita
sinceridade em cada atitude.
Outro passatempo preferido era olhar
aviões no céu ou passageiros do carro ao lado e imaginar quem eram aquelas
pessoas, para onde estavam indo, quais seriam seus planos. A curiosidade sempre
foi uma boa companheira. Depois que me formei no ensino médio, tomei a decisão
mais arriscada e, até posso dizer, impulsiva da minha vida. Contrariando meus
pais e meus amigos, decidi cursar jornalismo. Para ser sincera, não sabia
exatamente o que eu queria ser, muito menos aonde o jornalismo poderia me
levar. No entanto, segui essa intuição. Sentia que lá era o meu lugar.
Meus
pais trabalham no ramo imobiliário, meus tios são vendedores, meu avô paterno
arquiteto. Ninguém entendia muito essa minha decisão inusitada de ser
jornalista. Para falar a verdade, acho que nem sabiam o que pensar dessa
profissão. Para eles, eu ocuparia a bancada do Jornal Nacional ou seria a nova
repórter do Fantástico.
Ao
longo de seis anos me dediquei inteiramente à comunicação. Aprendi a escrever
reportagens, diagramar páginas de revista, produzir matérias para o rádio e
também como me portar diante das câmeras. Foi uma linda trajetória, embora
muitos ainda duvidassem das minhas capacidades. Ao mesmo tempo em que o meu eu
interior desejava todo esse glamour proporcionado pelo jornalismo, por fora me
mantinha um tanto insegura e tímida com essa situação. Qualidades estas que não
combinam com a profissão a qual optei seguir. Para ser sincera, às vezes até eu
mesma questionava se não havia tomado o rumo errado, tendo em vista que todos os meus colegas se expressavam com facilidade enquanto eu lutava contra minhas próprias limitações.
Em
janeiro desse ano a tão sonhada formatura aconteceu. Agora, digo com orgulho:
sou jornalista diplomada. E embora tenha começado outra universidade (estou no
terceiro semestre de Direito), sinto que não devo desistir desse sonho que
começou lá na infância. Por mais que as coisas não estejam do jeito que eu
gostaria que estivessem, por mais que eu não tenha sido a aluna mais notada, vou seguir em frente, porque no fundo tenho a sensação que
é isso o que devo fazer.
Talvez
com 24 anos eu já precisasse ser completamente independente de meus pais,
talvez eu devesse ter uma carreira consolidada, talvez eu devesse ter escolhido
uma profissão que me garantisse mais segurança e estabilidade, talvez, talvez,
talvez...
O
mundo nos apresenta uma série de opções e caminhos. Cada qual com os seus atrativos. Ao dizer sim para um deles, automaticamente renunciamos ou
adiamos os outros. São as nossas
escolhas que definem que tipo de ser humano nos tornaremos no futuro. Assim,
escrevemos diariamente a nossa história com passagens de suspense, humor e drama. Somos os autores e protagonistas desse enredo tão instigante.
Mesmo
que muitas pessoas tenham me ignorado ou desacreditado em meu talento, nunca
pensei em desistir do meu sonho de ser jornalista. Se eu não seguisse os meus
instintos, talvez nunca tivesse conhecido um universo tão interessante ou
feitos amigos tão verdadeiros quanto eu fiz na universidade. Pode ser que os
outros estejam certos e eu nunca consiga sucesso nesta profissão. Sim, há essa
possibilidade, não posso negar. Mas, também tem chance do destino ser generoso
e me surpreender positivamente. No momento, prefiro arriscar e fazer aquilo que me faz feliz, mesmo que mais tarde eu pague caro por essa decisão. Enquanto a vida não me sorri e me proporciona uma chance vou desbravando novos caminhos. Nunca tive medo ou vergonha de fazer aquilo que tenho vontade.
Conto minha história não para que as pessoas tenham pena de mim ou se comovam com os meus sentimentos, mas sim, para motivar outros sonhadores a não desistirem de seus objetivos. A vida não é fácil amigos. Infelizmente teremos que conviver com vitórias e fracassos, com palavras de apoio e duras críticas. Faz parte do jogo. Enquanto vivemos o presente nos deparamos com uma série de respostas incertas, os conhecidos: “talvez”. Basta a cada um se deixar envolver pelo talvez sim ou pelo talvez não. A escolha é sua.
Conto minha história não para que as pessoas tenham pena de mim ou se comovam com os meus sentimentos, mas sim, para motivar outros sonhadores a não desistirem de seus objetivos. A vida não é fácil amigos. Infelizmente teremos que conviver com vitórias e fracassos, com palavras de apoio e duras críticas. Faz parte do jogo. Enquanto vivemos o presente nos deparamos com uma série de respostas incertas, os conhecidos: “talvez”. Basta a cada um se deixar envolver pelo talvez sim ou pelo talvez não. A escolha é sua.
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